Camboteando a fortuna revigorei a lembrança caudilhada

Sendo gaudéria:


Camboteando a fortuna revigorei a lembrança caudilhada
e, se descortinam em mim os véus da ignorância sobre o mundo,
nem de longe tramontam as antigas lembranças do pampa
que vez que outra renascem com a aurora

Que tristura que não se tenteia
Varada da restinga e até da roseta
do cheiro da cargueja varrendo o terreiro
e da larga sombra do umbu

que faz um apeiar do tempo para notar-se teatino
como se toda casa fosse de quincha
rebolquea-se num redepente os sentidos
e tomba num pealo o querer do seu destino

O tempo esse medir que não se permite cincha
por vezes aplasta o espírito sem muita mora
se guapea despacito, mas mais frequente riscado
a vida ora amanoncia outrossim ora apenas aporrea

Camboteando a fortuna revigoro as lembranças amainadas
e, se descortinam em mim os véus da ignorância sobre o mundo,
não tramontam as tão vívidas lembranças do pampa
que vez que outra escaramuçam esse matungo.

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