Num vasto cemitério de esperanças

Num vasto cemitério de esperanças
Com gestos tão desgentis, perversos
Esculpes o jazigo do meu amor com indiferença
Ali se amolda na penumbra do esquecimento
E de um vazio cheio de ti e nada modesto
Minha pobre alma que tanto fizera sangrar.
Então afogada no choro mais doído e honesto
Como assombro da imagem ontem tão vivaz
Ora reduzida a esta carne, seu espaço funesto
Sufocada entre desdém e melancolia
Hoje escarnece, se esvai sem que nada sobre
Nem vida, nem luz, nem a própria agonia.

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