Sei que como Fidípides irá com o sopro do vento

Sei que como Fidípedes irá com o sopro do vento
E por tua vontade quimera não regressará a esta terra
Quão infames tornaste os presentes dias (onde a distância consome alegria)
Quão trágicas tornaste estas noites frias (onde a ausência perturba o sono)
Em que a pele proclama o desejo e o desejo não se contenta
Como são tristes os dias a contar os dias de tua partida
Foi embora o riso e da vida todo visgo (foi até a epifania!)
Afoga-se o coração em sua própria tristeza e, moribundo, conta segundos
Como dar-te adeus e abrir mão do sorriso?!
Como desejar-te sorte e abandonar o bem querer para o próprio destino?
Ah... essa vontade de que os deuses fossem cativos,
Que a humanidade em mim não corrompesse a fé
E que coração agora sufocado em choro não se afogasse em tanta alma.
São duros quase todos os dias dos dias que não te tenho
São perversos os quereres dos quereres que não posso
Mas mais cruel é a vida rendida que rejeitar não consigo, não ouso.
Ah... essa minha quimera vontade de que Fidípedes não morresse
Que o som não cessasse
Que o riso sempre cantasse
Que a razão não sobrepujasse
E que apenas os sentimentos mais puros quedassem.

Postagens mais visitadas