Enquanto ignorando o tempo aninhava eu toda a ternura

Enquanto ignorando o tempo aninhava eu toda a ternura
Nos cachos meio negros meio pratas que cobriam tua nuca
Emboscaste meu querer e condenaste o desejo
Num despertar silencioso que faz perdida qualquer luta.

Debruçada em teu ombro sussurrei-te minhas singelas verdades
E subjuguei meu espírito à tua vontade munda
Mas não crês nas cousas que te digo afeto meu
Nem consegues ver minh’alma ainda que à ti tão desnuda.

Então me privaste destes pequenos e semiprateados cachos
Onde zelosa entre os dedos aninhava eu tanta candura
Ora sem ninho sou tocada a um abismo de imenso vazio
Sem recíproca e sem fé, com todo este apego que se aprofunda.

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