Tu que desnuda minha alma com os olhos

Tu que desnuda minha alma com os olhos 
E se apropria do meu gosto com esta boca crua
Enquanto teu cheiro inebria os meus seis sentidos
Serve do teu corpo, teu calor, à minha pele nua.

Com prazer é que em teus lábios quase sufoco
E meus dedos se enleiam nos cachos da tua nuca
Entrego então sem remorso toda minha essência ao sentir-te meu
Regozijando eu até o último suspiro... ao sentir-me tua.

Ahhh, tu que desnuda minha alma com os olhos 
Mata todo esse desejo e toda essa gana munda
Esquiva de nós o mau tempo e o frívolo 
Explora e preenche os poros onde a carne fecunda.

Sem pressa, sem medo, sem reservas
Eviscera toda sede que em nós redunda
Revelo então toda minha essência ao sentir-te meu
E regozijo plenamente, extasio, ao sentir-me tua.

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