Uma parte de mim se assombra com o escuro

Uma parte de mim se assombra com o escuro
Outra parte se encanta com seu mistério.
Um eu tão consistente busca riso,
Outro eu resigna-se diante de um abismo
(Um abismo criado do pó das lembranças... e do temor do amanhã)
Sim, daquele que se denuncia indigno,
Uma parte de mim chora copiosamente
Outra, por sua perversa franqueza se apieda e até complacente.
Tão tristes e solitárias essas racionalidades do ser
Mas tão sutis e plenas as complexas humanidades
Que, inda sim, não desvalidam alguns pactos e laços de alma
Mesmo à prova da torrente de lágrimas.
Assim prescrito, um eu tão consistente busca apenas o riso, um tolo riso
Outro, resigna-se neste escuro abismo.

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