Mantenho o verso inominado

Mantenho o verso inominado
Pois, sim, não hei de pronunciar teu nome
E não me atrevo a desrespeitar teus pais
Infligindo-te uma simples alcunha fingida
Ou aquilo que chamas de codinome

Mantenho inominado o verso
E assim não maculo publicamente o sentir
Pois, certo como mortal que sou
Sujeito estou a sentir e des sentir num reverso
Por desamor teu ou novo amor mais manifesto

Conservo inominado o verso
Sem nome, qualificação ou rótulo...
Como que não ousasse dar título ao sentimento
Sim, pois (como és) é puro contentamento ou descontentamento
E se transfigura, nasce, renasce, cresce, esmaece ou simplesmente jaz com o tempo

Permanece inominado o verso
Sem que macule publicamente o sentir
Pois, tresontonte tu não eras tu
E se, ao alvorecer, ainda tu te serás
Cabe a ti, a mim, mas ainda mais ao porvir.

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