Como é possível sentir aquilo que não se tem

Como é possível sentir aquilo que não se tem. Respirar fundo os ares como que querendo explodir os pulmões ou expelir a dor daquilo não faz mais parte de si. Como é difícil saber da partida mesmo que já tenha partido da sua vida. Talvez porque perto, sobre a fagulha de espera que o mundo gire a favor, tudo volte ao princípio. O adeus deveria não importar mais e até ser confortante, pois não haverá mais riscos de encontrar-te nas ruas cheias ou desertas, ora de gentes, ora de meus próprios apelos e desesperos, mas ouvir adeus pela segunda vez, é tão absolutamente definitivo que faz doer como se fosse ainda a primeira vez, e tão verdadeiramente eficaz que me obriga a seguir em frente.

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