Grita a vida neste peito

Grita a vida neste peito
que em despeito do não ter
escolhe apenas o viver
Reclama suspiros desesperados
e suplica cor sobre a dor
São braços cheios de abraços
não dados
São toques eternizados
e pés descalços
calçados em esperanças
São vidas em ciranda
rodadas de cantos e danças
que só a própria vida há de dar
Versos travessos em doçuras
e amargores sutis
Brinquedos de faz de conta
e faz de conta que não o são
Temendo verdades absolutas
e tramando mentiras piedosas para si
acariciando egos e corações
apiedando-se do eu e mais além
quando grita a poesia em mim
espelho a poesia em ti
Quando conto de ti
lembro e sinto apenas a rima que há em mim

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