O breu esconde minha face

O breu esconde minha face
Face alagada das saudades…
... das doces lembranças e
dos tristes descaminhos
que barraram as delicadas ilusões
Quebraram-se os cristais
e como eles partiu-se o coração
... mais uma vez…
Não há sono que possa ser profundo
... não há paz em nenhuma letargia
Não há alimento que apeteça
... qualquer fome é mais fútil que o desejo da alma
A dor corrompe os sentidos
a dor e a ausência crucificam os dias
Todo o fel da verdade é jogado por sobre os ombros
e toda a amargura disso que uns chamam de vida
... sobrepuja qualquer outro gosto.
Corrompidos estão agora
todos os traços de sanidade
e a loucura, o desvario do talvez,
a ignorância da realidade
são o que ainda sustenta o empirismo.
Toda fantasia,
todo o bem,
todo o querer,
todo o sentir,
se transfiguram em um devaneio
... de não se ser
... para poder existir.

Comentários

Postagens mais visitadas