Sinto que nas Pequenas Janelas de tua alma

Sinto que nas Pequenas Janelas de tua alma
penhoradas estão as alegrias das dádivas divinas
torneadas em gotas de orvalho que não se esvanecem

Ahh, Nestes Contornos Orvalho dançam tuas meninas
festis e febris embaladas pelas cantigas que os poetas te fizeram ainda no berço.

Embalaram teu sono tais versos
e na volúpia de tua juventude
ainda consolaram teus desenganos
dando-te entre alguns traços de tristeza
ornamentos para teu semblante reverso.

Tuas Pequenas Janelas de Alma escondem secretos por certo
e dizem tantas coisas silentes
que como num grito desesperado
se mostram tão vorazmente
e pois que se torna impróprio ignorá-los.

Ahhh, Nestes Contornos Orvalho de alma
sobrepujam diamantes ainda embrutecidos
refletem sim alguma sutileza de vida
mas inspiram coisas mundas como se levasse os tolos à atonia.

Sê malograda a sorte dos que lhes ousam escutar
se apenas pela fé certa de que escondem um pouco do divino
se apenas por mera aposta tola na fortuna.

Ahhh, mas ornada sorte dos que lhes fazem calar
o que grita nestes Contornos Orvalho de Alma
se pela certeza de que encontraram também um pouco do divino
ou se mesmo que por pura aposta em seu próprio destino.



Publicada em: Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 89
Câmara Brasileira de Jovens Escritores (org.). 
Contornos orvalho de alma
Também disponível online no endereço: http://www.camarabrasileira.com/apol89-065.htm

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