Antes, numa paz que ruminava a si mesma

Antes, numa paz que ruminava a si mesma
Nada posto ou suposto me fazia sentir.
Descartando então camadas espessas de dor
Recorri a estes insolentes e chorosos versos
Escrachadamente exauridos, mas cheios de ti.

Encolhi por sobrevivência o ego
Ungindo de sorrisos os dias mais cinzas.
Tramontei conflitos e quereres impossíveis
Encontrando paz em teu abraço senti-me viva.
Amansei por amor todo o desejo
Matando o que era só eu lentamente com teus beijos.
Escondi minha exília quimera bendita
Iludindo o tempo e algumas verdades que não podem ser proferidas.

E se no pretérito perfeito simulo o conjugar
é por inda temer a solidão do infinitivo do amar

Acredite...
Mantém-se apenas em aparência inominado o verso
Ora, todas as linhas estão absolutamente plenas de ti...

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